ENXERGANDO O OUTRO A PARTIR DE SI PRÓPRIO

“Não julgueis, e não sereis julgados.
Porque do mesmo modo que julgardes,
sereis também vós julgados e, com a medida com que tiverdes medido, também vós sereis medidos.
Por que olhas o cisco que está no olho do teu irmão e não vês a trave que está no teu? Como ousas dizer a teu irmão: Deixa-me tirar o cisco do teu olho,
quando tens uma trave no teu? Hipócrita! Tira primeiro a trave de teu olho e assim verás para tirar o cisco do olho do teu irmão.” (Mateus 7.1-5)

O pecado de Adão e Eva, no jardim do Éden, trouxe inúmeras conseqüências à humanidade, tais como: auto-sustento (Gn 2.17c); submissão da mulher ao marido (Gn 2.16); dores na concepção de filhos (Gn 2.16); inclinação para o que é mal (Sl 14; Ef 2.1-3) e, uma seqüela que vem antes de qualquer outra citada, que é o julgamento temerário, o qual costuma transferir a culpabilidade para o outro, forjando nele sempre um “bode expiatório”.

Vejamos: O “bode” de Adão foi Eva, por sua vez, o de Eva foi a serpente. A serpente não tendo ninguém para acusar, ficou encurralada. Porém, com o interesse de eliminar a saga humana do "bode expiatório", Deus ao sentenciar os transgressores, faze-o de acordo com o erro cometido de cada um, promovendo clareza de culpa e juízo.

Na conspiração do homem contra Deus e posterior acerto de contas, é levado em consideração a participação individual dos envolvidos, segundo seus pecados. A inferência extraída desse pressuposto é que nenhum ser humano escapa ao juízo divino, portanto, todos são culpáveis e carecem da glória de Deus.

Sabendo que a humanidade possui essa pulsão de constante incriminação do outro, como julgar? Diz, o Senhor Jesus: Julguem o outro a partir do julgamento de si próprio. Do contrário, quem não julga a partir de si, é cego de entendimento, pois se autocondena naquilo que julga, sofre de “miopia espiritual”, posto que não enxergará mais nada do irmão, senão, o cisco, ainda que julgue ter encontrado uma trave nele.

O que o "juiz" não sabe é que o cisco do irmão que tanto lhe incomoda, é insignificante diante da trave que ele possui e nem percebe. Não sabe ele ainda, que a trave encontrada em seu entendimento é o único impedimento para que seu julgamento seja eficaz. Enquanto caminha enxergando o cisco alheio e não vendo sua trave, é hipócrita, continua coando mosquitos e engolindo bois, limpando o exterior do copo e deixando sujo o interior, preocupando-se com o adorno da aparência e negligenciando a sujeira do coração.

Para o Senhor Jesus somente mediante as lentes da coerência pode-se julgar o outro com retidão.

Sendo assim, entendemos Mateus 7.1-5, não como um texto que “bate o martelo” contra o julgamento das pessoas que falham, mas remete-nos a examinar a nossa consciência acerca dos pecados que cometemos, para que, no “espírito” da graça divina, venhamos a ajudá-los e sermos ajudados em momento oportuno.

Edson de Lima Rodrigues

Um comentário:

Anônimo disse...

Paz de cristo.
É seu amigo Eliezer
Vc escreve muito bem mas:
Eu convidei julio Para a feijoada.
estaremos em jejum a partir da meia-noite da sexta-feira.
Prepare-se!!!!!