VENERADOR OU IMITADOR - CRENÇA OU FÉ - QUAL É A SUA?

Que homem fascinante foi João Ben Zacarias! Seu exemplo de abnegação e coragem tem inspirado muitas pessoas e provocado a veneração de muito mais gente neste dois milênios de cristianismo.
João era filho do sacerdote Zacarias e de Isabel, prima da Virgem Maria, e, naturalmente, seria sacerdote do sutuoso templo de Jerusalém. No entanto, é sabido que João rejeitou todos os privilégios e honrarias pertinentes àos sacerdotes, para viver no deserto, vestido de peles de camelo e comendo gafanhotos e mel silvestre. Essa decisão aconteceu devido à forte convicção de que nele se cumpria a palavra de um certo profeta Isaías que havia dito: “Voz do que clama no deserto, preparai o caminho do Senhor; endireitai no ermo vereda a nosso Deus” (Is 40.3).
Realmente, o sistema religioso de Jerusalém estava em decadência devido à corrupção da liderança sacerdotal e precisava de um retorno à retidão, pois o lugar de oração havia se tornado covil de ladrões.
Sabendo disso, João rompeu, definitivamente, com o seu futuro promissor, visando cumprir o chamado divino de profeta. Depois de algum tempo, João apareceu conclamando todos a se arrependerem de seus pecados e receberem o batismo de purificação. Seu ministério preparou a chegada de Jesus, denunciando a corrupção do sistema religioso e conduzindo inúmeras vidas ao caminho da santidade e justiça do Reino de Deus.
Hoje, para o popularmente conhecido João Batista, se tem um dia reservado no calendário, recheado de homenagens, veneração e louvação.
Todavia, as atitudes que caracterizaram João Batista são tidas, por muitos que o louvam, como loucura. Quantos têm largado empregos concursados, carreiras prósperas, regalias, status, respeito, honra, roupas novas, belas e caras para “enlouquecerem”, morando, vestindo e comendo estranhamente, nessa viagem de que Deus lhes chamou para cumprirem uma missão importantíssima na Terra?
Quanta incoerência ver muitos que celebram João Batista, também, celebrarem o desdém aos “joões-batistas” contemporâneos, porque preferem admirá-lo, ao invés de imitá-lo, venerá-lo a encarná-lo. Nisto fica claro que existe um abismo profundo entre fé e crença que determina o que verdadeiramente impulsiona o coração humano.
João Batista só foi voz profética porque andou em fé, e fé em nada se assemelha a crença presentes naqueles que o veneram. Porque a fé é existencial, a crença é ritual. A fé cinde, a crença agrega. A fé é dinâmica e multiforme, a crença é estática e repetitiva. Ou seja, a fé é em todo o tempo, a crença em dia e hora marcados.
A fé faz do homem um imitador, e a crença, um venerador. E é justamente, a diferença entre fé e crença que distingue um venerador de um imitador.
O venerador move-se pela crença enquanto o imitador caminha pela fé. Por isso o venerador jamais conseguirá ser imitador e nem o imitador ser venerador. De modo que veneração e imitação são pólos opostos e repelentes, assim como trevas e luz.
Porque o venerador celebra o exemplo morto enquanto que o imitador morre para ressuscitar o exemplo.
Dos dois, qual você é?
Edson Rodrigues

Deus SEMPRE cura

Tem tempo que não escrevo, e porque não escrevo? Não tenho sentido vontade, simplesmente. Escrever por escrever, assim até o poderia fazer, mas desse jeito, para mim, não tem sentindo, pois gosto de escrever algo que vem da alma, expor sentimentos e ensinamentos ditos pelo Criador da Vida, que me faz refletir e, muitas vezes, até mesmo me envergonhar de quem realmente somos.
Assim estou eu, nestes dias, procurando achar a Palavra dentro de mim. Palavra que fere mais que ao mesmo tempo cura.
Fere, não por crueldade, mais porque nos desnuda mostrando tal qual somos ou nem imaginávamos ser. Assim, aceita a Palavra, viva e eficaz, não dá pra ficar da mesma forma, sempre há mudanças e curas interiores.
Certa vez ouvindo um sermão de um pastor, este falava que Deus sempre cura. É uma verdade estupidamente simples, porém não perceptível ou aceitável, pois muitas vezes achamos que a cura é sempre visível ou externa, e que se isto não acontecer é porque Deus não ouviu as nossas súplicas.
Esquecemos de ter olhos espirituais para perceber que, às vezes, a cura da doença física, embora seja de uma importância tremenda para quem a pede, esta passa a ser secundária na visão do Deus Altíssimo, pois a prioridade divina é a cura do egoísmo, orgulho, vaidade, etc., que serão tratadas no decorrer da enfermidade.
Não estou menosprezando o milagre da cura física, mas querendo ressaltar que de uma forma ou de outra sempre somos curados das nossas enfermidades tanto física, como psicológica ou espiritual, se assim pedirmos ao Pai, que consequentemente agirá, conforme sua pedagogia, na área de nossas vidas em que a cura irá gerar um bem maior em nossa alma.
Portanto, paradoxalmente, embora não sentindo vontade de escrever, senti a vontade de me expressar nestas linhas, pois sei que embora sejamos únicos para Deus, e sua Palavra seja especifica na individualidade de cada ser, todas as bênçãos derramadas só terão sentindo se, também, alcançarem o coletivo, pois somos testemunhas vivas da misericórdia divina.
Minha Oração
Que Deus nos abençoe,
concedendo sabedoria e discernimento
para que possamos caminhar sempre na estrada da vida,
atentos ao poder curador de Deus,
sem nos deixar contagiar pelo desânimo da inércia
ou na euforia do ativismo em achar que
se não for por nós Deus não estabelecerá seu reino.
Em nome de Jesus. Amém!
Joseane JPires

TODO CRISTÃO É PASSAGEIRO DE METRÔ

Imagine as diversas religiões representadas por um meio de transporte. Uma analogia feita aos diferentes tipos de representações religiosas.
Então, vejamos:
Avião: Seria a religião que leva os seus adeptos as alturas, estão sempre divagando, sonhando. Buscando contatos entre terra e ar. Seria a busca por novas experiências.
Navio: Navega por águas profundas. Quanto mais longo for o percurso, ou seja, maior seu conhecimento, mais profundo se adentra no eu interior.
Automóvel: São as religiões exclusivistas, individualistas. Imaginam que a verdade pertence a uma pequena minoria (passageiros do automóvel). Algumas são antigas, porém as que estão na moda, são as novíssimas, e quanto mais nova, maior o status. Neste exemplo poderíamos destacar o comodismo, o fácil acesso, sem muitos atropelos, e quando a coisa começa a complicar, a solução mais cômoda seria mudar de automóvel, ou melhor, mudar para uma outra religião do mesmo estilo.
Ônibus: São as religiões populares, que em todo canto se encontra uma. Podem levar a diversos lugares, várias paisagens, com um custo adaptável ao seu bolso, caso queira algum conforto, paga-se a tarifa mais cara por um modelo “geladinho”. Poderíamos destacar um perfil inconstante, acomoda-se a qualquer denominação, desde que o conduza para um objetivo já traçado.
Metrô: Este transporte estaria representando o Evangelho (cuja base é Jesus Cristo). Tem apenas uma origem e um destino, porém com algumas escalas. Quem procura este tipo de transporte, já ouviu falar sobre ele, alguns começam o seu trajeto no início da viagem, outros vão adentrando nos vagões pelo meio do caminho (parábola dos trabalhadores da vinha). Todavia, não raro, alguns abandonam o trem antes mesmo de chegar ao seu destino. Contudo, uma vez passageiro, retornam ao ponto em que abandonaram para continuar a sua jornada.
Este Metrô tem apenas três horários de saída:
Primeiro horário: 06:00h - Início da manhã
Poderíamos dizer que são aquelas pessoas que estão vivenciando o despertar da vida cristã, ainda estão cheirosos, arrumados, porém, ainda, adormecidos. Sabem o que procuram, mas não sabem o que vão enfrentar.
Segundo horário: 12:00h – Metade do dia
Estão em plena atividade física, famintos de conhecimento, não se preocupam com o calor, pois sabem aonde quer chegar. Cometeram alguns erros de trajeto, contudo, este transporte representa uma nova esperança.
Terceiro e último horário: 24h – Fial da noite
Estes representam os desesperançados. Amarrotados, sujos, buscam apenas um lugar para repousar, estão cansados da vida. Anestesiados pelo sono, entram no vagão com o sentimento de ser a última esperança de chegar a sua verdadeira casa.
Cada um destes passageiros tem sua história particular, há um testemunho de conquistas e derrotas, por exemplo:
1º) Como foi a sua chegada até a estação? Precisou caminhar muito? Tomou outros coletivos? Enfrentou sol, chuva, ventos contrários? Fez o seu percurso por estradas perigosas, cheias de armadilhas? Ou foi uma chegada suave, sem atropelos? Conseguindo uma carona amiga, que o deixou bem em frente à bilheteria?
Algumas pessoas chegam ao Evangelho pela dor, outras são conduzidas pelo amor.
2º) Dentro do vagão:
Este tinha lugares suficientes para se sentar, ou fez todo o trajeto em pé, espremido pela multidão?
Era um vagão comum, isto que dizer, sem ventilação, ou foi um dos poucos privilegiados que conseguiu viajar no geladinho (ar condicionado)?
Uma vez aceito o Evangelho, alguns cristão têm uma caminhada sem atropelos, tudo corre tranqüilamente, são poucos. Outros, a maioria, enfrenta diversas provações, tribulações.
3º) Durante o trajeto:
Conseguiu resistir aos vendedores ambulantes, que representam uma subversão, já que são proibidas suas atividades? Manteu-se alheio a certos tipos de comentários?
Muitas são as tentações enfrentadas pelos cristãos, são situações colocadas que tem sempre uma aparência inofensiva (ambulantes), outras vezes estes se deixam levar pelas fofocas, invejas, discórdias, etc. A viagem pode ser longa ou breve, todavia, independente de sua duração, a festa de recepção, oferecida para aqueles que chegam ao destino final é incomparável (ao exemplo da festa oferecida pelo pai ao filho pródigo).
A tristeza que dá, é que nem todos utilizam este tipo de transporte, porém uma coisa é certa: uma vez passageiro de metrô, sempre passageiro de metrô. Não tem volta, pois a nossa passagem já foi paga, e o bilhete é só de ida. Esta certeza vem da topologia do Mapa (Bíblia), acessível em todas as estações, o qual foi elaborada pelo construtor responsável da obra (Deus) - que tem apenas como condutor o maquinista chefe (Jesus Cristo) - sendo divulgada pela voz que sai dos alto falantes, durante todo trajeto (Proclamadores do Evangelho).
Joseane JPires

DE QUAL JESUS EU PRECISO? (conclusão)

Para cada ferida há um tipo de curativo, para cada dor uma nova terapia. Para cada público um ângulo diferente. Quatro evangelhos, quatro abordagens, quatro remédios, quatro imagens distintas do Salvador.

QUARTO E ÚLTIMO REMÉDIO:

JESUS – O CRISTO QUE ME TRAZ VIDA.

Quando o evangelho de João foi escrito o conhecimento da vida e obra de Jesus não eram mais desconhecidos, restrito apenas a um pequeno grupo. O Evangelho já havia sido pregado, já se iniciara a grande comissão, e como nos dias atuais, surgiu naquele período falsos mestres, negando que Jesus Cristo fosse o filho de Deus.
Muitas vezes, mesmo nos dizendo cristãos, deixamo-nos levar por ensinos errados, superstições, coisas que aparentemente são inofensivas, mas que vão de encontro a Palavra de Deus.
Jesus veio proclamar a verdade, e qual é esta verdade?
Amar a Deus sobre todas as coisas e ao nosso próximo como a nós mesmos. E o Nazareno ensina que amar a Deus sobre todas as coisas, é não prestar culto ao dinheiro, ao prestígio, a influência, ao poder.
Orienta que não devemos nos relacionar bem com as pessoas, apenas para tirarmos algum proveito posteriormente.
Para podermos viver a verdade de amar ao nosso irmão precisamos compreender suas fraquezas, respeitar seus defeitos, pois sabemos que tão grandes são os nossos erros, talvez até bem maior do que aquele em que temos vontade de criticar.
Este Cristo, nos ajuda a evitar ser igual a Nicodemos, que como conhecedor da Lei de Deus, não viveu conforme o amor explicitado.
Descreve este Evangelho que o Filho de Deus, ao ser preso, portanto, em sua hora de maior necessidade, foi abandonado por todos os discípulos, exceto João. Todos caminharam com o Nazareno, comeram, beberam, todavia o abandonaram.
Hoje, lendo estas passagens podemos querer culpá-los ou condená-los, mas ...
Jesus é a verdade, e a verdade nos diz que devemos primeiro tirar a trave do nosso olho antes de olhar o cisco no olho do nosso irmão.
Sentimentos mesquinhos só trazem trevas, o verdadeiro cristão anda na luz, pois tem a Jesus, e quem tem o Cristo tem o Pai e crer nisto, e crendo tem a Vida Eterna.
Quando me sinto abatido, triste por minhas ações:
Qual o Jesus que preciso?
Jesus – o Cristo que me traz Vida?
Todos nós temos escolhas a fazer: Como filhos da desobediência podemos querer continuar a criar um deus particular, que atenda as nossas necessidades, ou como dissemos no início, que preencha a nossa idealização de um mundo perfeito, compatível com os nossos sonhos e anseios, mesmo que desta forma continuemos com a alma doente, em estado de morte, ou poderemos escolher buscar a curar através de Cristo, o Filho do Deus vivo.
Para isso se faz necessário identificar qual o melhor remédio, qual destes Jesus eu preciso?
• Jesus, o libertador?
• O trabalhador incansável?
• O homem perfeito?
ou
O Cristo que me traz Vida?
QUAL DESTES JESUS EU PRECISO?
Dependendo da gravidade do caso, talvez necessitemos das quatro dosagens, contudo, a medicação só terá efeito se tivermos sempre em mente de que em qualquer tempo ou em qualquer lugar:
É JESUS DE QUEM SEMPRE PRECISO!
Amém.
Joseane JPires

DE QUAL JESUS EU PRECISO? (Parte IV)


Para cada ferida há um tipo de curativo, para cada dor uma nova terapia. Para cada público um ângulo diferente. Quatro evangelhos, quatro abordagens, quatro remédios, quatro imagens distintas do Salvador.

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TERCEIRO REMÉDIO:
TERCEIRO REMÉDIO:
JESUS, O EXEMPLO DO HOMEM PERFEITO.
Lucas nos apresenta Jesus como um homem, com toda a sua compaixão, seus sentimentos e poderes crescentes. Jesus se mostrou humano, para ser exemplo a ser seguido por humanos.
Como criança era sujeito a José e Maria, para aprendermos a obedecer e respeitar aqueles que nos gerou.
Como homem trabalhou com as mãos, para nos ensinar que é com o suor do nosso rosto que devemos trazer à mesa o pão santificado do trabalho digno.
Ele chorou sobre a cidade, para nos fazer lembrar as seguintes questões: O que estamos fazendo por nossa sociedade, elegemos os representantes de acordo com nossa consciência, ou trocamos ( para não falar a palavra vender) o nosso voto por algum favor? Apoiamos e contribuímos com algum trabalho social, ou simplesmente ignoramos, afirmando que não é da nossa conta?
O Filho do Homem nos orientou a ajoelhar-se em oração, pois a oração é a expressão da dependência de Deus. Por que, hoje, há tantas atividades na igreja e tão poucos resultados de conversões reais para Deus? A resposta é simples, estamos mais preocupados em correr de lá para cá do que em nos reserva um tempo em oração, orando por aqueles que buscam encontrar a Cristo.
O nosso Salvador conheceu a agonia do sofrimento, e nós queremos apenas viver as glórias.
O evangelista aponta para um Jesus que tem misericórdia da mulher pecadora, e consideração pelos desprezados e marginalizados. E isto nos dá a esperança de sermos atendidos em nossos pedidos de socorro, quando erramos e confessamos os nossos erros, ou podemos sentir a sua presença quando nos sentimos rejeitados e escanteados, e para que isto venha acontecer basta emitirmos um grito silencioso, ou como o apóstolo Paulo em sua carta aos Romanos gosta de dizer: gemidos inexprimíveis.
Nós fazemos parte de uma humanidade doente.
QUAL O JESUS QUE PRECISO PARA SARAR AS MINHAS CHAGAS?

JESUS – O HOMEM PERFEITO?

(Continua)
Joseane JPires

DE QUAl JESUS EU PRECISO? (Parte III)

Para cada ferida há um tipo de curativo, para cada dor uma nova terapia. Para cada público um ângulo diferente. Quatro evangelhos, quatro abordagens, quatro remédios, quatro imagens distintas do Salvador. ccccccccccccccccccccccccccccccccccccccccccccccccc
SEGUNDO REMÉDIO:
JESUS – O TRABALHADOR INCANSÁVEL
Aqui neste Evangelho, escrito por João Marcos, procura-se enfatizar a ação de Jesus e os seus feitos.
É um Jesus para um público prático, porém atinge em cheio aquelas pessoas que sentam-se a beira do caminho e apenas vêem o tempo passar. Para atingir este grupo, o evangelista, omiti o Jesus menino e nos apresenta o Cristo homem, capaz de agir.
Ensina que devemos ser humildes, sentir-se feliz em ser apenas servo. Portanto, evita comentar a visita do reis magos, pois um servo não recebe homenagens.
Usa freqüentemente a palavra “imediatamente” com o propósito de nos alertar para não deixarmos para amanhã o que se pode fazer hoje.
Orienta-nos para não julgar a ninguém, que devemos nos preocupar em alimentar quem tem fome, pois assim o fez por duas vezes, multiplicando os pães e os peixes, alimentando primeiro cinco mil e depois quatro mil pessoas.
É o único Evangelho em que aborda o tema em que não devemos ter vergonha de nossas origens, por mais humilde que seja, pois aquele QUE É foi apenas um carpinteiro.
Nos ensina que a oração é essencial e não podemos ficar presos a hora, pois se o filho de Deus levanta-se em alta madrugada a fim de ter comunhão com o Pai, imagine nós que estamos tão longes da perfeição.
O Servo de Deus está sempre pronto para atender um chamado, para que possamos tomá-lo como exemplo.
Quando escolhe os doze apóstolos, Cristo diz que selecionou estes homens para estarem com ele, e é isso que Jesus espera de nós, que possamos estar sempre disponíveis, em comunhão.
E finalmente para aqueles que sentem a necessidade de serem úteis, encontramos a parábola do semeador, chamando o homem para o trabalho árduo da proclamação da Palavra.
Mais uma vez nos questionamos:
QUAL O JESUS QUE PRECISO PARA TOMAR COMO REMÉDIO?
JESUS, O TRABALHADOR INCANSÁVEL?
(Continua)
Joseane JPires

DE QUAl JESUS EU PRECISO? (Parte II)

Para cada ferida há um tipo de curativo,
para cada dor uma nova terapia.
Para cada público um ângulo diferente.
Quatro evangelhos, quatro abordagens,
quatro remédios, quatro imagens distintas
do Salvador.
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PRIMEIRO REMÉDIO: JESUS, O LIBERTADOR

Mateus apresenta, como remédio, um Jesus libertador, aquele que solta as amarras do orgulho, para pessoas que têm a ilusão de que a palavra final são sempre as suas; Ele abre as algemas da vaidade, para aqueles que acham que são os únicos possuidores da salvação; Ele é o Messias que desfaz o laço da inveja, aos cegos que cobiçam apenas o poder temporal.
Ele é aquele a quem Isaías o chama de Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da paz.
Este Evangelho está direcionado aos que, inconscientemente, estão mais preocupados em cobrar a Lei, do que em viver a Graça. E falo aqui inconsciente porque, muitas vezes, tomamos certas atitudes em nome da preservação da ordem e dos bons costumes, dificultando desta forma o acesso ao Reino de Deus.
É um Messias proclamado para aqueles que se sentem perdidos, pois ele assim o disse: “Não fui enviado senão às ovelhas perdidas da casa de Israel”.
Neste evangelho há um alerta: é preciso olhar para o interior e observar nossos pecados, a fim de nos arrepender.
Ao lermos esta Escritura, poderemos fazer a seguinte reflexão:
Já coloquei Cristo no trono da minha vida?
Já aceitei as condições que Jesus estabeleceu para mim?
Pois os seus primeiros ouvintes o rejeitaram, estavam presos a um Messias idealizado ao seu modo e de acordo com as suas condições.
Relembrando a pergunta:
É ESTE JESUS DE QUE PRECISO?
JESUS, O LIBERTADOR?
(continua)
Joseane JPires

DE QUAL JESUS EU PRECISO?

(PARTE I)
“Tendo Jesus chegado às regiões de Cesaréia de Felipe, interrogou os seus discípulos, dizendo: Quem dizem os homens ser o Filho do homem? Responderam eles: Uns dizem que é João, o Batista; outros, Elias; outros, Jeremias, ou algum dos profetas. Mas vós, perguntou-lhes Jesus, quem dizeis que eu sou? Respondeu-lhe Simão Pedro: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo. Disse-lhe Jesus: Bem-aventurado és tu, Simão Barjonas, porque não foi carne e sangue que to revelou, mas meu Pai, que está nos céus”.(Mt 16:13-17).
QUEM É JESUS CRISTO?
Se fizermos esta pergunta, abordando as diversas religiões existentes no planeta, encontraremos respostas variadas, e nem sempre fiéis as Escrituras Sagradas. Ao centralizarmos a mesma pergunta para os cristãos teremos, resumidamente, uma única resposta: “Ele é o Cristo, o Filho do Deus vivo”, Aquele que veio ao mundo para remissão dos nossos pecados.
Esta resposta seria o ápice do conhecimento, pois em cada livro da Bíblia Sagrada Jesus é apresentado de forma progressiva, conforme a necessidade do seu povo. Por exemplo: percebemos que em gênesis foi revelado o Cristo preexistente, a Palavra viva, envolvido na criação. Em êxodo, indica na comemoração da Páscoa, que Jesus é o Cordeiro de Deus, oferecido pela nossa remissão. Em Números Jesus Cristo é retratado como aquele que prover. Rute antecipa a obra redentora do Salvador. Enfim, Jesus Cristo é retratado, por diversas vezes no AT, como: A PROMESSA. E é a partir desta promessa que tudo começa a complicar.
No Éden, quando Eva e Adão desobedecem, a fim de ter o mesmo grau de conhecimento que o Criador, comendo da fruta que aos seus olhos era boa e agradável, transfere para o homem sentimento egocêntrico, preocupado apenas com seu prazer. Este, no aguardo da promessa, começa a idealizar um mundo perfeito aos seus sonhos e anseios, pois sabe que promessa é coisa esperada, aguardada, mesmo não tendo a idéia de onde, nem como, muito menos quando. Porém existe a certeza de que irá se realizar.
Neste contexto se questionarmos, individualmente, aos cristãos reformulando a pergunta para o campo pessoal: Quem é Jesus Cristo para você? Encontraremos um universo de respostas, pois cada um de nós tende a esculpir o seu próprio deus.
No texto lido encontramos Jesus pelas bandas de Cesáreia de Filipe. Ele pergunta aos discípulos qual a visão do povo ao seu respeito, muitas foram as respostas, principalmente quando comparado aos profetas, pois alguns devem ter encontrado semelhança entre o ensino de Cristo e os destes grandes homens. Mostra, também, o texto que estas respostas emitem a opinião da gente comum que estava a espera do messias da promessa, Aquele, cujo Deus logo enviaria para redimir seu povo.
Aquilo que os homens pensam determina o que são e o que fazem.
Jesus, transfere a pergunta do campo geral para o campo pessoal: porém vós, quem dizeis que eu sou?
Faça a si mesmo esta pergunta, pois é neste ponto que iremos centralizar o nosso estudo.
Os portadores das Boas-Novas (Mateus, Marcos, Lucas e João) fazem quatro abordagens diferentes, tal qual Pedro na passagem bíblica, eles têm a revelação do Espírito Santo, são aspectos distintos, porém com o mesmo fundo de verdade, sendo levado a variados públicos. Pois cada público necessita de um Jesus restaurador. Quem é este povo para o qual Jesus foi revelado? Será que estas revelações só serviram para curar o público daquela época?
Embora tenham sido escritos para um contexto de mais ou menos 2.000 anos ainda assim é atual, pois todos nós precisamos identificar qual é o Jesus, que cura nossas feridas, e trata dos nossos complexos interiores.
Aprendendo a fazer esta identificação, poderemos responder a esta outra pergunta: DE QUAL JESUS EU PRECISO?
Para cada ferida há um tipo de curativo, para cada dor uma nova terapia. Para cada público um ângulo diferente. Quatro evangelhos, quatro abordagens, quatro remédios, quatro imagens distintas do Salvador.
(Continua)
Joseane JPires

DEUS ESQUECEU DE MIM?

O coração do homem pode fazer planos, mas a resposta certa vem dos lábios do Senhor. Pv 16:1
- Deus não ouve as minhas orações!
- Tudo que quero fazer dá errado!
- Parece que Deus esqueceu de mim!
Estas são frases corriqueiras, que muitas vezes falamos, pensamos ou ouvimos falar. Está incutido no inconsciente coletivo: ter o domínio próprio, sermos os senhores do nosso pensar e agir. Porém, a Bíblia nos ensina que: "Todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito" (Rm 8:28).
E quais são os propósitos do Senhor: Que tenhamos a vida eterna.
Esta vida não é apenas um estado além morte, é aqui, agora, o hoje. Pensam ao contrário aqueles que acham que esta vida seja APENAS a prosperidade financeira, a saúde física, a tranqüilidade de uma família sem problemas. Tudo isto pode fazer parte, e é até salutar querermos para nós, porém, o Reino vai além desta coisas terrenas, caso contrário, não haveria ninguém feliz em nosso planeta. Quem não passa por problemas de qualquer ordem? Estaria condenado a infelicidade aquele que nasceu de uma doença congênita? Ou estaria o desempregado fora das bênçãos celestiais?
Entende-se que Vida Eterna é a compreensão de que o Reino de Deus ESTÁ DENTRO DE NÓS.
Desta forma teremos por conseqüência a tranqüilidade durante as tribulações, a conquista da paz em meio as tempestades, o confiar quando tudo parece dá errado.
O trabalhar de Deus é silencioso, não é visto as olhos humanos, a lapidação do nosso ser é lenta e progressiva, pois: “ Estou plenamente certo de que aquele que começou boa obra em vós há de completá-la até ao Dia de Cristo Jesus” (Fl 1:6).
“ Espera no Senhor, tem bom ânimo, e fortifique-se o teu coração; espera, pois, pelo Senhor” (Sl 27:14)
Minha Oração
Senhor, Ajuda-me a não questionar o teu agir,
ter olhos apenas para ver as tuas bênçãos,
sabendo que tudo tem Seu tempo e Sua hora. Em nome de Jesus.
Amém!
Joseane JPires

O PAN, A GINÁSTICA E NÓS

Ontem foi a final da ginástica olímpica do Pan, por trabalhar em casa tive o privilégio de acompanhar todas as competições. Assim, aprendemos (eu e minha família) algumas regras, como por exemplo: cada ginasta tem uma nota de partida antes de iniciar sua apresentação. Devido ao grau de dificuldade de cada exercício que venha desempenhar. Se o atleta que tenha sua nota de partida estipulada no valor de 16.500 pontos ao fazer a sua apresentação cometendo algumas falhas esta nota cair para 15.300 pontos, este atleta, individualmente, tem um desempenho inferior a um outro ginasta cuja nota de partida seja 14.500 pontos e receba no final - após os descontos das falhas cometidas - uma nota de 14.100 pontos. Embora que, aos olhos do grande público e para competição o que interessa é o número de pontos alcançados, aos olhos do treinador o esforço e perseverança do atleta é o estímulo necessário para que ele (o treinador) continue investindo na carreira do ginasta. Assim, somos nós aos olhos do Pai. Ele nos conhece profundamente – até muito mais do que a nós mesmos. Sabendo das nossas dificuldades e da complexidade do meio em que vivemos, não espera de nossa parte nada além do que possamos realizar. É por isso que Jesus está sempre nos dizendo para não julgarmos o nosso próximo. Se aos olhos do grande público espera-se desempenhos fabulosos, renúncias mirabolantes, o Criador da Vida, é o único que conhece todas as limitações. No caminho da perfeição, em busca do “ alvo pelo prêmio da vocação celestial de Deus em Cristo Jesus ” (Fp 3:14), cada um cuide de si mesmo, deixando de se preocupar com a pontuação do companheiro ou com a glória aclamada pela multidão, pois se assim o fizermos estaremos apenas nos preocupando com as coisas terrenas. Antes, busquemos aprovação dAquele que nos criou para SUA GLÓRIA. “... com o juízo com que julgais, sereis julgados; e com a medida com que medis vos medirão a vós" ( Mt 7:2). Minha Oração Senhor, ajuda-me para que cada dia Busque apenas de Ti o reconhecimento, Não me importando com meu desempenho Ou desempenho do meu irmão. Em nome de Jesus, Amém! Joseane JPires

E NÃO É QUE TINHA SERPENTE NO JARDIM !!!!!

Atrás da minha casa corre um rio, meio poluído, mas é um rio. Costumo dizer que ali é o jardim zoológico particular do meu marido, pois ele conhece todos os moradores: as tartarugas, as galinhas d’águas e seus filhotes,os calangos, enfim, todas as espécies que dali se alimentam.
Nossa casa fica no 1º andar, portanto, temos uma vista panorâmica. O que divide a área construída da vegetação selvagem é um muro. Do lado, na parte externa, tem um ingazeiro, lindo e frondoso, cujos galhos estavam tão grandes que beiravam o parapeito da nossa varanda. Todos os dias, tanto eu quanto meu marido, comentávamos: precisamos podar estes galhos, senão qualquer dia destes algum animal pode atravessar. Mas nada fazíamos a respeito. E os galhos cada vez mais cresciam e encostavam-se a nossa varanda.
Até que um dia aconteceu: Uma cobra estava passeando em nosso parapeito! Sorte que Maury (meu esposo) percebeu em tempo para não entrar na varanda, assustando-a para que voltasse ao seu habitat natural. Mal passou o susto, eis que outra cobra aparece e segue o mesmo percurso. Então não teve mais jeito criamos ‘vergonha’ e fomos podar os galhos da árvore.
Assim, também, acontece em nossa vida espiritual. Sabemos que existem determinadas atitudes que se não forem podadas em tempo causarão grandes transtornos. Identificamos o problema, sabemos como resolvê-lo, porém dá aquela ‘preguiçinha’, porque a mudança demanda vontade e renúncia.
Geralmente são coisas simples, tão pequenas que não percebemos a armadilha do diabo, por exemplo: • Que mal há em fazer um ‘pequeno’ comentário sobre a vida de alguém, quando todos já sabem e comentam a respeito? • Que mal há em deixar alguém ‘quebrar a cara’ quando poderíamos evitar? • Que mal há em contar uma piada picante numa roda de amigos, quando todos assim o fazem?
As perguntas abaixo poderiam, também, ser as perguntas do Rei Davi enquanto passeava pelo terraço de sua casa, observando Beta-seba tomar banho. (1Sm cap.11 e 12) • Que mal há em admirar uma linda mulher? • Que mal há em sabe quem é? • Que mal há em querer ‘apenas’ conhecê-la? O final desta história? Assassinato.
QUE MAL HÁ?
Esta é a pergunta quando queremos driblar a consciência. Ora tudo é permitido, mas, nem tudo nos convém. O limite? Está dentro de nós, onde o Espírito Santo faz morada.
Contudo, precisamos estar cientes das advertências do Apóstolo Paulo: “ Se fostes ressuscitados juntamente com Cristo, buscai as coisas lá do alto, onde Cristo vive, assentado a direita de Deus. Pensai nas coisas lá do alto, não nas que são aqui da terra; ... Fazei pois morrer a vossa natureza terrena; prostituição, impureza, paixão lasciva, desejo maligno e a avareza, que é idolatria; por estas coisas é que vem a ira de Deus sobre os filhos da desobediência; nas quais também em outro tempo andastes, quando vivíeis nelas; Mas agora despojai-vos também de tudo isto: ira, cólera, malícia, maledicência, linguagem obscena do vosso falar. Não mintais uns aos outros, pois que já vos despistes do homem velho com os seus feitos, e vos revestistes do novo homem, que se renova para o pleno conhecimento, segundo a imagem daquele que o criou.” (Cl 3:1-2, 5:10)
Todavia, uma outra questão surge em nós: onde encontraremos forças para lutar contra nossa natureza?
Na Palavra poderíamos citar várias passagens, mais deixo apenas dois princípios:
• Ouvindo a Jesus: “Se permanecerdes em mim, e as minhas palavras permanecerem em vós, pedireis o que quiserdes, e vos será feito.” (Jo 15:7)
• E na afirmação de Paulo: “... Deus é fiel e não permite que sejamos tentados além das nossas forças; pelo contrário, juntamente com a tentação, nos proverá livramento, de sorte que a possamos suportar.” (1Co 10:13)
E... com o passado o que faremos?
Proceder conforme o rei Davi, que ao arrepender-se do que fez quebrantou-se perante o Senhor, aprendendo que não são atitudes exteriores que agrada ao Criador da Vida mais um coração compungido e contrito. (Sl 51)
Pois, “Se confessarmos os nossos pecados, Deus é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça.” (1ªJo 1:9)
Caso contrário cairemos na estratégia de Satanás: “Ora, havendo o espírito imundo saído do homem, anda por lugares áridos, buscando repouso; e não o encontrando, diz: Voltarei para minha casa, donde saí. E chegando, acha-a varrida e adornada. Então vai, e leva consigo outros sete espíritos piores do que ele e, entrando, habitam ali; e o último estado desse homem vem a ser pior do que o primeiro.” (Lc 11:24-26)
Moral da história: Não adianta apenas assustar a cobra, pois outras cobras virão. Faz-se necessário cortar o mal pela raiz.
Minha Oração
Senhor, Ajuda-me a reconhecer o mal em mim. de forma que possa, através do sangue de Cristo, ser purificada de todo erro. Em nome de Jesus. Amém!
Joseane JPires

SOB O SOL DA TOSCANA

O Título deste artigo tem o mesmo nome de um filme assistido por mim, neste final de semana. Ao final da exibição lembrei de uma passagem bíblica, e gostaria de compartilhar com vocês.
O filme Americano conta a estória de uma mulher que foi traída por seu marido e estava enfren-tando uma separação. Uma amiga, percebendo sua depressão, lhe dá de presente uma viagem para a Itália, na cidade de Toscana. Ao chegar lá, devido a vários ‘sinais’, a protagonista Fran-cisca resolve comprar um casarão antigo, gerando duas expectativas - confessadas ao corretor que se tornara seu amigo -: realizar um casamento e transformar o casarão abandonado em um lar, abrigando uma família.
Devido à solidão e a falta de perspectiva de encontrar um sincero amor entregou-se ao desânimo. Porém, aparece na trama uma mulher – meio louca, que se torna sua amiga, e lhe dá vários con-selhos, e um deles é que volte à normalidade de sua vida, não pensando no futuro mais vivendo o presente. Acatando o conselho, Francisca se envolve com a reforma da sua nova moradia, crian-do laços de amizade com os trabalhadores contratados para tal serviço. Um certo dia percebe que o lustre da sala precisa de peças e vai ao centro da cidade à procura do material e lá encontra o Marcelo, um rapaz belíssimo, com quem acaba vivendo um lindo romance. Ao retornar para ca-sa, feliz e realizada, já tendo combinado um novo encontro para o final de semana, tudo lhe pa-rece que voltou aos eixos.
No dia do reencontro, quando estava saindo de casa, recebe a visita de uma amiga, grávida - a mesma que lhe presenteara a viagem - que havia sido, também, abandonada. Então, decide ficar para apoiar a amiga, ficando à sua disposição até o nascimento do bebê, após alguns meses. Quando tudo parece está resolvido, decide ir ao encontro do seu amor; mas, para a sua surpresa, ele está com outra pessoa. Francisca volta arrasada para casa.
Chegando, encontra outro problema. Um dos seus ajudantes, um jovem polonês, está vivendo um namoro proibido, pois os pais da namorada não aceitam o casamento dos dois por este não ser italiano, nem ter uma família. Irritada com a situação e por se ver envolvida a contragosto, pro-cura os pais da moça intercedendo pelo namoro, assumindo o rapaz como seu parente. Os pais cedem e marcam o casamento dos jovens.
Francisca dispõe a sua casa para a realização do casamento e no dia, observando a alegria dos noivos e a felicidade da sua amiga com seu filhinho, percebe, após um comentário do seu amigo corretor, que havia realizado seus dois pedidos: sua casa ser palco de um casamento e abrigar uma família. Não era como esperava, ou havia pensado, porém, sentia muita paz interior. Reco-lheu-se a um canto do jardim e ficou meditando até que uma joaninha (que na trama simbolizava a realização de um desejo) é retirada do seu braço por um rapaz, que no futuro vem a ser o seu grande amor.
Linda estória e, como 99,99% das mulheres, acabei com lágrimas nos olhos. Foi neste momento que lembrei da passagem bíblica da ressurreição da filha de Jairo.
Este homem estava passando por maus momentos, doía-lhe à alma, pois sua filha de 12 anos estava à beira da morte. Procurou a ajuda de Jesus, aquele por quem sabia que realizava milagres “e lhe pediu aos prantos e com insistência: Minha filha pequena está a beira da morte! Vem, impõe tuas mãos sobre ela, para que seja curada e viva”. (Mc 5:23)
Jesus atende e vai caminhando com Jairo para a sua residência, porém antes realiza a cura da mulher hemorrágica. Houve um período de tempo entre seguir o pai aflito e a sua chegada à casa dele. Neste espaço de tempo o quadro toma outro rumo, a criança não estava mais enferma, mas já havia falecido.
O pedido do pai era que a sua filhinha fosse curada; não passara por sua cabeça o que ocorreria no final: ao invés da cura a ressurreição!
Assim, como aconteceu com a Francisca e com o Jairo, também acontece conosco. Fazemos pe-didos a Deus achando sempre que é o melhor para nós; tola ilusão, pois este querer está na super-fície do nosso eu. Somos muito mais complexos e necessitamos de muito mais coisas do que imaginamos. Contudo, Jesus conhece a natureza humana, conforme nos afirma Tiago em sua carta afirma: “Pedis, e não recebeis, porque pedis mal.” (Tg 4:3).
Jairo pedira a saúde de sua filha, porém, não enxergava que sofria de um mal maior: a increduli-dade. Por isso quando chegaram algumas pessoas da casa de Jairo informando que sua filha já estava morta, Jesus apenas disse: “Não temas, tão somente continue crendo!” (Mc 5:36)
O pedido de Jairo iria ser atendido, ele teria a sua filha, sadia, de volta, precisava apenas crer que Jesus é Deus e confiar em seus desígnios. “Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos os meus caminhos, diz o SENHOR.” (Is 55:8)
A joaninha no braço de Francisca significava a realização da sua verdadeira necessidade; porém, antes, ela precisava aprender a perdoar, amar, viver. E quando finalmente descansou, seu sonho se realizou: conseguiu um grande amor.
A joaninha para nós significa: Jesus Cristo. Quando finalmente descansarmos nEle crendo, apesar das aparências em contrário, nossos olhos são abertos, nossa fé solidificada e tudo o mais terá o seu curso normal.
Minha Oração
Senhor, a cada dia percebo a tua grandeza em transformar as coisas simples em ensinamentos de vida. Ajuda-me a enxergar a doença da minh’alma Estando aberta para o Teu mover. Em nome de Jesus. Amém! Joseane Pires

eLE VIVE

Quem está acostumado a perceber erros gramaticais logo verá que o título deste artigo está iniciado com letra minúscula, e dirá: Vixi! (expressão nordestina) esqueceram de corrigir o ‘e’. Mas gostaria de tranqüilizá-los, pois, este ‘e’ minúsculo foi proposital.
Por se tratar de um texto cristão ‘e’ maiúsculo iria levar ao leitor a impressão que estaríamos fazendo referência a Jesus Cristo. Embora Jesus Cristo seja a centralidade desta mensagem, o ‘ele vive’ faz referência a uma passagem do Evangelho segundo João cap. 11 (vs. 1 até o 44) – Morte de Lázaro.
Na passagem bíblica observamos que Jesus foi avisado da doença do seu amigo Lázaro, porém, só foi ao seu encontro após 4 dias de sua morte quando seu corpo já cheirava mal. Tanto Marta quanto Maria não acreditavam que Jesus seria capaz de devolver-lhe a vida (humana), achavam que tudo havia terminado.
Não irei aqui contar a história toda (sugiro que façam ou refaçam esta leitura!), quero apenas relatar algo que o Espírito de Deus tem trabalhado em mim.
Em minha caminhada sempre relembro de algo que um pastor (ao qual amo muito e por quem tenho grande admiração!) falava em sala de aula: “Sempre quando Deus quer te falar algo, através das Escrituras, a passagem ou versículo bíblico fica parecendo uma placa em néon.”
Neste caso a passagem é: “ Essa enfermidade não terminará em morte; mas sim, para a glória de Deus, para que o Filho de Deus seja glorificado por meio dela.” (vv 4)
O que impedia Jesus de - onde estava - curar Lázaro? Ou ter ido, imediatamente, realizar a cura, uma vez que o doente era seu amigo?
Muitas vezes, não entendemos o porquê de certas coisas acontecerem conosco. Geralmente isto ocorre quando estamos passando por algum problema, fazemos uma análise da situação e percebemos que perante a lei humana tudo coopera para que tenhamos êxito. Oramos a Deus e ‘pedimos para dar uma mãozinha’. Então, há uma reviravolta de 180° e a única coisa que pensamos é: “Poxa! Tudo estava encaminhando tão certo, o que foi que deu errado?”
O princípio da resposta está na pergunta: Quem é Deus para nós? Qual o seu papel em nossas vidas? Ele é a causa primeira ou ... apenas um ajudador?
Quando Deus é causa primeira, tudo gira em torno dEle. Nossa história deve ser escrita e dirigida pelo Criador da Vida. Não vivemos mais para si, vivemos para fazer a Sua vontade. Nossa verdade deve ser a mesma do salmista: “Porque tu és a minha rocha e a minha fortaleza; assim, por amor do teu nome, guia-me e encaminha-me.” (Sl 31:3).
Contudo, esquecemos deste princípio. As decisões são tomadas conforme nosso entendimento e visão (limitada, diga-se de passagem). Deus é apenas um ‘ajudador’. Traçamos nossos próprios caminhos, armamos nossas próprias estratégias, então ‘oramos’ pedindo a Deus que vá a frente.
Mas, faz-se necessário que o nome dEle seja glorificado. Nosso Deus é um Deus do impossível. Ele não ‘coopera’ com as determinações do homem, Nem tão pouco dá uma ‘maõzinha’ para aquilo que acreditamos ser bom para nós.
“Tudo coopera para o bem daqueles que amam a Deus, SEGUNDO a Sua vontade”(Rm 8:28). O princípio está na vontade do EU SOU. È Deus quem determina. Ele – sendo Pai - é quem sabe o que é bom para nós, e ao contrário do que muitas vezes imaginamos, NÃO precisamos dar nenhuma ‘mãozinha’. Ele FAZ, simplesmente.O homem e suas leis - devido à misericórdia divina e quando assim O deseja - apenas coopera para que sejam realizados os Seus propósitos.
Quando estamos no Caminho visualizamos os trilhos, que é a certeza - para nós - de estar em comunhão com o Pai, porém, há aspectos ou momentos em nossas vidas que descarrilamos e não percebemos, pois não basta apenas visualizar, é preciso está engatado. Os trilhos não seguem o maquinista. O maquinista é que tem que está bem atento para seguir os trilhos.
O Deus do impossível permite sentir a dor da morte (morte dos sonhos, projetos, idealizações, etc.) para crermos que não há leis humanas nem tempo expirados, que não os possa reavivar, com a finalidade de ressuscitar a fé genuína em Jesus Cristo, glorificando-o, a fim de que nossa verdade seja a mesma dita e vivida por João Batista: “Um homem não pode receber coisa alguma, a não ser que lhe tenha sido dada do céu.” (Jo 3:27)
Minha Oração
Deus te peço: Seja Tu a coluna da minha vida, Sendo sombra ao dia e luz a noite. Para que possas Guiar o meu caminhar, Guardar o meu deitar, e Falar quando do meu acordar. Em nome de Jesus. Amém!
Joseane Pires>
< 24/06/2007

AMANDO A PARTIR DA ETERNIDADE

Senhores passageiros, apertem o cinto....
Não, isto não é aquela famosa frase que termina em brincadeira, é a realidade vivida todos os dias, por aqueles que viajam de avião. Ao escutá-la alguns dias atrás o que me chamou a atenção não foi o seu conteúdo, mais sim a colocação vinda de uma criança de apenas 3 anos de idade: - Mamãe, eu não sou passageira! Sou criança!
Esta simples colocação nos fez (eu e minhas amigas) refletir quanto à identidade perdida após alcançamos a famosa maioridade ou - porque não ir mais longe - quando perdemos a ingenuidade peculiar da criança.
É nos dado um nome e um número, somos classificados por grupos étnicos, escolaridade, afinidades, etc. perdemos a nossa individualidade e passamos a ser produto do meio.
E ao me descobrir produto, minha percepção de eternidade mudou, ou melhor dizendo: Deus a mudou; pois foi entendida e compreendida no espiritual, “... o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente.”( I Cor 2:14)
São as sensações que definem as palavras, e não o contrário. Como podemos saber a diferença entre doce e mel, amargo e meio-amargo, sem antes não experimentá-las? A diferença de sabores só passa a ser compreendida pelas palavras após a sua degustação.
Jesus está todo tempo afirmando: Deus é ESPÍRITO, precisamos adorá-lo em espírito e em verdade. Compreender o Reino de Deus é viver, sentir, deixar-se levar por sentimentos que invadem a alma, e que transmutam em choros-alegrias, prantos-risos.
O racional nos mantêm em uma zona de conforto. É algo palpável, confiável. Contudo, Deus não só habita no raciocínio, Ele se instala, também, no irracional, na entrega total.
Antes eu o conhecia de ouvir falar... agora o conheço de comigo andar.
Foi assim também com o cego de Jericó (Lc 18:35). Antes Jesus era: Filho de Davi, o Messias prometido que fazia milagres e pródigos. Tudo ainda estava no racional, porém, após ter ‘querido’ ser curado da sua cegueira reconheceu em Jesus: o DEUS ALTÍSSIMO. É por isto que Deus têm-nos chamado para senti-lo, entendê-lo, vivê-lo, experiênciá-lo.
E nesta simbiose espiritual, percebendo-O presente em meu ser, vendo-me sem as máscaras, reagindo ao meio não conforme Sua herança e sim conforme o efeito advindo da causa de se ‘estar’ pecadora, uma pergunta se fez em mim: O que faz Jesus nos amar apesar de ser quem somos? O que faz Jesus perdoar o homicida, o estuprador, o seqüestrador, o terrorista, o mentiroso, o blasfemador, o caluniador, o vingativo, o prostituto, o idolatra, o lascívio, o avarento, o impuro ... eu?
Seguindo apenas um raciocínio ‘lógico’ teria a resposta em um salmo (103:17): “A misericórdia do SENHOR é desde a eternidade e até a eternidade sobre aqueles que o temem, e a sua justiça sobre os filhos dos filhos”.
Contudo, não dá mais pra viver apenas de lógica, faz-se necessário internalizar a Palavra, comer o Pão da Vida, degustar, digerir para finalmente se transformar em alimento do espírito. Em outras palavras é gastar tempo com a alma calada, aguardando Sua revelação.
E a revelação aconteceu no derramar do coração de Deus em meu coração. Foi algo tão grande, tão intenso que no momento tive medo e disse: Jesus, não conseguirei suportar! Tola impressão, pois o Pai nunca nos dá nada que não possamos agüentar. Mas fiz a besteira, e Deus recolheu a sua mão naquele momento sublime, porque tudo que vier dEle deve nos ser aceito por amor e não por sacrifício. Contudo, arrependida continuei pedindo o que me foi revelado, agora paulatinamente.
Percebi-me sentindo que a nossa essência é única, fomos criados na eternidade. Contudo, o que FOMOS ainda É e sempre SERÁ: semente divina. Estamos vivendo, momentaneamente, o ESTAR. Nossas reações e atitudes são respostas a um produto do meio: semente da queda.
Enquanto a semente divina mantém-se intacta aguardando nosso consentimento para sua germinação (“Mas todos quantos O RECEBERAM, deu-lhes o direito de se tornarem filhos de Deus, ou seja, aos que crêem no seu nome”. – Jo 1:12), a semente da queda germina e crescer sem nossa autorização, violentando nossa individualidade.
O ESTAR é produto de traumas vividos no ontem ou no hoje, é o joio dos sentimentos corrompendo os atributos divinos doados por Deus através da sua maravilhosa graça. Adquirimos uma aparência camaleônica, transformando-nos em produto do meio.
Todavia, Deus sendo atemporal, nos conhece e nos ama pela essência – sua semente. Somos criação divina e “ viu Deus tudo quanto fizera, e eis que era muito bom” (Gn 1:31 a). A temporariedade de nossa transformação só será definitiva caso não queiramos reatar o elo perdido devido à queda.
Obtive a minha resposta: Jesus nos ama apesar de sermos quem somos, porque verdadeiramente NÃO SOMOS, APENAS ESTAMOS. Ele ama a essência e não a manipulação do produto. E com esta descoberta percebi um novo-velho conceito de amor, pois, embora Deus ame o indivíduo, sua revelação deverá sempre atingir o coletivo, portanto:
Minha oração hoje é:
Deus, derrama teu coração no meu coração, Para que possa ver o outro não como um produto, Mas, como essência divina, a fim de que possa abraçá-lo e amá-lo, do mesmo modo que Jesus me tem amado: desde a eternidade. Amém!

Joseane Pires
16/06/2007

A ÚLTIMA DOR CHORADA

Hoje, ainda estou sob o efeito de tudo o que ocorreu comigo, é algo que não quero deixar passar. Estou entre caminhar pela casa, beijar os que amo e voltar ao meu quarto, me internalizar dentro dos meus sentimentos e percepções vividos neste final de semana. O que fui era, hoje sou o que sou, Joseane completa. O passado foi apagado. Um passado longe e um não tão distante.
A Joseane-menina, finalmente, pode descansar em paz. Foi compreendida, amada... perdoada. A Joseane-mulher pode agora caminhar, sem ter mais receio de não ser amada. Cresci, não na aparência, mas nos sentimentos, percepções e doações.
E nesta libertação da alma, me vejo retratada na dor de tantas outras Joseanes-meninas, que sem ainda saber o porquê, sofrem da agressão sofrida na consciência-alma.
Na ilusão de ser levada ali naquele Encontro pelo Pai para apenas aprender um pouco mais, defrontei-me com o real motivo da minha caminhada: cura da alma.
Como um cego pode guiar outros cegos? Como posso saber da dor do outro, se não enxergava a minha própria dor? Como entender reações alheias se não compreendia a dimensão das minhas verdadeiras reações.
A ponta do iceberg mostrava pré-conceito, abaixo do perceptível existia a dor não compreendida, o santuário violentado, a rejeição por quem deveria ser amada.
A dor era como um câncer, imperceptível, mas que aos poucos corrompia a alma, o corpo, a identidade. A descoberta da doença foi impactante. Doente eu? E isto doeu, mas ainda era apenas o começo, pois o diagnóstico mostrava que o mal já havia se alastrado. Só havia uma alternativa: continuar vivendo o auto-engano, mentindo a si mesma, deixando a doença explodir no tempo devido, com o fim rápido e certeiro, mas escondido dos olhos alheios, ou... se submeter ao um processo tão mais violento e dolorido para a cura e iniciar a quimioterapia.
A doença-descoberta-escondida nos dá a garantia de viver na zona de conforto, é nós-e-ela e ela-em-nós, mas a doença-descoberta-em-busca–da-cura nos desnuda, perante os outros e principalmente perante nós mesmos.
A quimioterapia do corpo faz o cabelo cair, a pele amarelar, os olhos perderem o brilho. A quimioterapia da alma faz verdades caírem, certezas amarelar, e olhos se entristecerem perante um desnudar. Mas ao contrário da quimioterapia do corpo em que há um médico responsável diagnosticando quantas sessões de cada vez o corpo pode agüentar, sem saber se depois de tudo o corpo reagirá, na quimioterapia da alma temos a Jesus, que junto a cada dose necessária ministra junto a certeza da cura, a esperança de um novo caminhar, onde verdades-verdadeiras serão restauradas, certezas serão agora centradas apenas em saber do Seu amor incondicional, deixando de existir os pré-conceitos, os pré-julgamentos, e os olhos terão não apenas a dimensão do humano mais a visão espiritual da eternidade.
A cura foi em mim instalada, o que na medicina humana poderia levar meses, aconteceu em apenas uma noite que varou a madrugada, e tudo a partir de uma pergunta sugerida por Caio: Porque estou aqui? E seguida de um pedido meu: Deus, derruba meus pré-conceitos.
Foi assim que me convertir ao verdadeiro Evangelho em 2003, quando antes a minha verdade era o espiritismo. Foi assim no Encontro das Estações, mas com uma grande diferença: não levei verdades, não criei expectativas, estava apenas obedecendo a Deus, aberta ao seu chamado, levada pelo Espírito.
E depois de curada a alma, de ser liberta do trauma-passado, chorei o último choro da dor, pois meu peito explodiu me libertando da opressão imposta pelos homens, do cabestro espiritual vivido neste últimos três anos. Tanto sofrimento em vão, tantos choros derramados no tempo do seminário por não ver o possível-possível uma vez que a realidade imposta a nós mulheres era o possível-impossível. Na época me apegava a esperança de saber que Deus-Pai não dar o querer sem que faça o realizar, quando em meio aos choros e a dor que dilacerava a alma, me fazia continuar.
Vivia na ilusão da permissão humana para utilizar os talentos dados por Deus, até que o Espírito me visitou e me levou a caminhar por um terreno totalmente contrário do que cria. Tive medo, mas confiei e segui.
Hoje entendo, não só de pronunciar mais de vivenciar o que é ser liberta do cativeiro. Tenho a consciência de ser Joseane, apenas Joseane sem títulos, sem amarras, mas amada e escolhida pelo Pai.
Chorei o último choro da dor, da libertação da castração. Duas páginas do meu passado foram viradas. Outras verdades estão sendo trabalhadas, outros choros com certezas serão chorados, senão não seria eu, assim diz minha amiga-pastora-irmã Gláucia.
Deixo apenas o vento soprar. Este final de semana Ele soprou em Brasília, amanhã só Deus o saberá.
Joseane Pires. 12/06/2007

JESUS DECEPCIONA?

Quem nunca foi decepcionado? É comum este sentimento em muitos de nós. Criamos expectativas, ilusões e PUM!!!! O castelo se desfaz e percebemos de que nada daquilo que idealizamos aconteceu.
Há uma frase que ouvi certa vez e nunca esqueci: Só se iludi quem cria ilusões.
Conquanto este sentimento ficasse ao nível humano, tudo bem, afinal, quem nunca projetou sonhos e idealizações - muitas vezes até impossíveis - no próximo? Mas, quando este sentimento é derivado das expectativas postas sobre Jesus? Como é que fica?
A princípio parece ser impossível alguém se decepcionar com Jesus, porém, isto é mais comum do que possamos imaginar. Talvez a sua primeira reação seja: Eu?!! Decepcionado com Jesus? Nunca!!!. Porque esta é a resposta que se espera de um cristão. Doce ilusão. Nós, cristãos, passamos por muitas crises existenciais, por exemplo o querer ter ou ser, que nem sempre é o querer de Deus em nossas vidas, pois, o Criador sabe que este querer não é um bem maior para nossa existência. Quando isto acontece ficamos tristes, chateados, pra baixo, aborrecidos, outros títulos usados que podem ser muito bem substituídos por: decepcionados.
Contudo, com esta afirmação, não estou querendo fazer um pré-julgamento de todos os cristãos, pois sei que existem, realmente, pessoas que não têm este tipo de sentimento, ou porque no passado já sentiram-se assim e aprenderam a confiar, independente de qualquer situação, ou por nunca terem passado por isto. Aleluia!
Mas, vamos voltar à causa comum, e perceber através das Escrituras Sagradas que à época de Jesus este foi o sentimento dos dois discípulos no caminho de Emaús ( Lc 24:13-24).
Isto ocorreu ao terceiro dia, após a crucificação de Jesus, quando este já havia ressuscitado e o anjo anunciado as três mulheres.
“E Jesus lhes disse: Que palavras são essas que, caminhando, trocais entre vós, e por que estais tristes? - E, respondendo um, cujo nome era Cléopas, disse-lhe: És tu só peregrino em Jerusalém, e não sabes as coisas que nela têm sucedido nestes dias? - E Jesus lhes perguntou: Quais? - E eles lhe disseram: As que dizem respeito a Jesus Nazareno, que foi homem profeta, poderoso em obras e palavras diante de Deus e de todo o povo; E como os principais dos sacerdotes e os nossos príncipes o entregaram à condenação de morte, e o crucificaram. E nós esperávamos que fosse ele o que remisse Israel; mas agora, sobre tudo isso, é já hoje o terceiro dia desde que essas coisas aconteceram.” (vs. 17-21)
Estes seguidores de Jesus, mesmo tendo a certeza de que Ele era um profeta de Deus, por suas palavras poderosas e milagres indiscutíveis, projetaram suas expectativas de libertação da opressão romana, dando-lhe um papel de messias conforme entendiam na leitura das Escrituras Sagradas (Dt 18:15,18). Porém com a morte de Jesus – e vale salientar morte de cruz – acharam que tudo estava perdido. Sonho frustrado: estaca zero.
Embora não seja esta a expectativa que projetamos em Jesus, o fim é o mesmo: esperamos que Ele nos atenda conforme nossos anseios e desejos; advindo assim o sentimento de decepção.
A experiência vivida pelos discípulos de Jesus, poderá nos trazer um grande aprendizado, quando percebemos que:
• JESUS NUNCA NOS ABANDONA.
Jesus aparece aos dois discípulos, porém os mesmo não identificaram sua presença, mesmo tendo convivido ao seu lado:
“Aconteceu que, enquanto conversavam e discutiam, o próprio Jesus se aproximou e ia com eles. Os seus olhos estavam como que impedidos de reconhecer”. ( vs. 15,16)
Assim acontece conosco, mesmo não percebendo sua presença, Jesus está sempre ao nosso lado:
Orientando - “Quando desviares para a direita e quando te desviares para a esquerda, os teus ouvidos ouvirão atrás de ti uma palavra, dizendo: Este é o caminho, andai por ele”.( Is 30:21)
Protegendo – “Não temas, porque eu sou contigo; não te assombres, porque eu sou teu Deus; eu te fortaleço, e te ajudo, e te sustento com a destra da minha justiça”. (Is 41:10)
Livrando-nos do mal – “Pois Ele te livrará do laço do passarinheiro e da peste perniciosa. Cobrir-te-á com as suas penas, e, sob suas asas, estarás seguro”. (Sl 91:3-4a)
• A MURMURAÇÃO NOS DISTANCIA DE JESUS
Os discípulos estavam tão centrados em sua decepção quanto ao messias que mesmo sabedores da notícia de sua ressurreição não os fez mudar de ânimo.
“ É verdade também que algumas mulheres, das que conosco estavam, nos surpreenderam, tendo ido de madrugada ao túmulo; e, não achando o corpo de Jesus, voltaram dizendo terem tido uma visão de anjos, os quais afirmam que ele vive”. (vs 22,23)
Muitas vezes temos a resposta ou a solução dos nossos problemas bem à frente:
“Não veio sobre vós tentação, senão humana; mas fiel é Deus, que não vos deixará tentar acima do que podeis, antes com a tentação dará também o escape, para que a possais suportar.” (I Co 10:13)
E/ou somos alcançados pela providencia divina no suprimento de nossas necessidades básicas:
“O meu Deus, segundo as suas riquezas, suprirá todas as vossas necessidades em glória, por Cristo Jesus.” (Fp 4:19)
Porém, por não ser conforme idealizamos ou esperamos caímos no erro da murmuração e não percebemos o que está acontecendo a nossa volta.
CONHECIMENTO QUE ESCLARECE E DAR ENTENDIMENTO
Os discípulos, embora fossem judeus, e isto pressupõe conhecedores das Escrituras e profecias, não tinham tal conhecimento ou se tinham as desprezavam não as aplicando para o dia-a-dia.
Então, lhes disse Jesus: Ó néscios e tardos de coração para crer tudo o que os profetas disseram! Porventura, não convinha que o Cristo padecesse e entrasse na sua glória? E, começando por Moisés, discorrendo por todos os profetas, expunha-lhes o que a seu respeito constava em todas as Escrituras.” (vs. 25-27)
Isto, também, ocorre conosco, como cristãos pressupõe que devemos conhecer e, principalmente, vivenciar aquilo que está ‘dito’ nas Escrituras:
“Lâmpada para os meus pés é tua palavra, e luz para o meu caminho”. ( (Sl 119:105).
“ A revelação das tuas palavras esclarece e dá entendimento aos simples”. (Sl 119:130)
“ Jesus diz: Errais, não conhecendo as Escrituras nem o poder de Deus”. (Mt 22:29)
JESUS SEMPRE ESPERA UM CONVITE
Jesus jamais força sua entrada no coração humano, caso não fosse convidado, o Nazareno poderia passar adiante da hospedaria. Ele aguarda de nós sempre um convite para habitar em nosso espírito e nos abençoar com um novo nascimento e uma nova vida.
“ Quando se aproximava da aldeia para onde iam, Jesus fez como quem ia continuar a caminhada, seguindo mais à frente. Porém, eles muito insistiram, rogando-lhe: “Fica conosco, pois é muito tarde, e o dia já está chegando ao fim!” Então, Ele (Jesus) entrou para ficar com eles”. (vs. 28,29)
Alguém pode afirmar: mais os discípulos não sabiam que era Jesus, portanto não foi a Jesus propriamente a quem convidara. Neste caso específico observamos dois aspecto:
Primeiro: Estes homens já haviam convidado a Jesus, senão não seriam discípulos.
Segundo: uma vez socorrendo a um ‘forasteiro’ assim convidara a Jesus.
“Então dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai, possuí por herança o reino que vos está preparado desde a fundação do mundo; Porque tive fome, e destes-me de comer; tive sede, e destes-me de beber; era forasteiro, e hospedastes-me; Estava nu, e vestistes-me; adoeci, e visitastes-me; estive na prisão, e fostes ver-me - Então os justos lhe responderão, dizendo: Senhor, quando te vimos com fome, e te demos de comer? Ou com sede, e te demos de beber? E quando te vimos estrangeiro, e te hospedamos? Ou nu, e te vestimos? E quando te vimos enfermo, ou na prisão, e fomos ver-te? - E, respondendo o Rei, lhes dirá: Em verdade vos digo que quando o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes.” (Mt 25:34-40)
• DA PALAVRA RENASCE A ESPERANÇA
A primeira impressão que os discípulos tiveram de Jesus foi de incredulidade, pois não compreendiam como alguém não estava a par dos últimos acontecimentos:
“ És o único, porventura, que, tendo estado em Jerusalém, ignoras as ocorrências destes últimos dias?” (v.18b)
Todavia, após a explanação do Mestre com relação às Escrituras, a decepção e tristeza que sentiam, podemos supor que, começou a dar lugar a um estado de esperança e paz interior:
“ E disseram um ao outro: Porventura não nos ardia o coração, quando Ele pelo caminho nos falava, quando nos expunha as Escrituras?” (v. 32)
Não é sempre assim que acontece conosco? Quando estamos entristecidos, angustiados e alguém começa a falar das promessas de Deus ou começa a discorrer sobre a graça divina, uma serenidade começa a invadir as nossas almas.
NA COMUNHÃO SOMOS UM SÓ CORPO
Quando já estavam instalados na hospedaria, e os seus corações apascentados, estavam prontos para perceberem a presença do Cristo. O Espírito Santo manifestou-se para dar o entendimento necessário para compreenderem a graça da ressurreição. As escamas caíram e véu da ignorância se rompeu.
E aconteceu que, quando estavam à mesa, tomando Ele (Jesus) o pão, abençoou-o e, tendo-o partido, lhes deu; Então, se lhes abriram os olhos, e o reconheceram.” ( vs. 30-31 a)
A graça do Senhor Jesus, o amor de Deus, e a comunhão com o Espírito Santo testificam a ressurreição e a salvação pelo sacrifício salvífico.
“Porque três são os que testificam no céu: o Pai, a Palavra (Jesus), e o Espírito Santo; e estes três são um”. (I Jo 5:7)
CONCLUSÃO
Somos peregrinos no caminho de Emaús, projetando nossas expectativas terrenas numa visão limitada do Reino, ocasionando as decepções, e tudo isto pelo não conhecimento de um Deus eterno-criador, que FOI, É e SEMPRE SERÁ, cuja essência, assim podemos dizer, ser: amor, misericórdia e graça.
E a pergunta a refletir é: Quanto tempo levaremos até refazer o caminho de volta?
“E, na mesma hora, levantando-se, voltaram para Jerusalém onde acharam reunidos os onze e outros com eles, os quais diziam: O Senhor ressuscitou e já apareceu a Simão!”. (vs.33,34)
Que em Minha Oração possa afirmar conforme Jeremias (Jr 31:3) Há muito que o SENHOR me apareceu, dizendo:
Porquanto com amor eterno te amei,
por isso com benignidade te atraí.
Amém.
Joseane Pires
31/05/2007

E O COMÉRCIO CONTINUA...

“E foram para Jerusalém. Entrando ele no templo,
passou a expulsar os que ali vendiam e comprava;
também derribou as mesas dos cambistas e as
cadeiras dos que vendiam pombas.
E disse: Está escrito:
A minha casa será chamada casa de oração;
vós, porém, a transformais em covil de salteadores”
Mt 21:12-13

A primeira impressão que o texto nos causa é perguntar: por que Jesus agiu daquela forma? Uma vez que tal comércio se destinava a vender apenas animais e produtos que seriam utilizados tanto para o sacrifício como para as ofertas do templo. Porém, conforme aprendi em um sermão, nem tudo que parece é. É isto mesmo, por trás da aparência ingênua de se estar colaborando para o cumprimento da lei, existia um quartel monopolizando o comércio santo.

Veremos, portanto, como isso de dava: O OBJETO DE COBIÇA Existe três grandes festas de peregrinação, em que todo Israel deverá levar sacrifícios ao Senhor, agradecidos pela liberdade de seu povo, são elas: Páscoa, Pentecostes e Tabernáculos (ou festas das tendas). Devido aos períodos de colheita, as duas últimas festas são menos freqüentadas, enquanto que na Páscoa estima-se um fluxo de 180 mil peregrinos, para um população local de +/- 40 mil habitantes. Existem, também, outras festas como Yom Kipur ou Dia das Expiações, que é um dia de tristeza e de jejum, no qual o povo pede que Deus apague todas as faltas de seu povo; Rosh Hashana que é a festa do Ano Novo e a festa da Dedicação ou Hanuká que celebra o aniversário da purificação do Templo. O MONOPÓLIO Dois motivos levavam os peregrinos, quase que obrigados, a comprarem as ofertas no Templo: Primeiro, os animais sacrificados deveriam seguir uma regra de pureza. Segundo, os outros produtos utilizados são importados, como por exemplo: o cedro (madeira) do Líbano, o incenso e o aroma para os perfumes da Arábia, uma vez que tais produtos são únicos dignos do Senhor. Vale ressaltar que além destas obrigações os peregrinos deveriam gastar, também, seu segundo dízimo ( Dt 12:17-18) em regozijo diante de Deus. Os preços cobrados eram exorbitantes, por isso Jesus acusa-os de terem transformado o Templo em covil de salteadores (Mc 11:17) O PODER Neste panorama dá para ter uma idéia do fluxo de dinheiro que circulava tanto dentro quanto fora do Templo. Mas o que nos interessa é o que ocorria dentro do Templo, pois este comércio havia se tornado uma fonte de renda para o sumo sacerdote, através do controle de sua família ou por grandes comerciantes, que oferecem propinas para participarem deste comércio. Como a indústria do couro assegurava um bom lucro, estima-se cerca de 18.000 cordeiro para o rito pascal, dezenas de milhares de sacrifícios de comunhão em cada festa, e os sacrifícios de expiação particulares (centenas por dia), o sumo sacerdote, se apropriava pela força, das peles destes animais degolados que deveriam pertencer aos sacerdotes. Restando para estes apenas a divisão do dízimo (vale ressaltar que devidos aos altos impostos certo número de Judeus não conseguiam pagá-los) e a parte retirada dos sacrifícios (cinco semanas por ano - pois os sacerdotes devido ao grande número – 7 mil mais ou menos- eram divididos em 24 equipes, trabalhando em revezamento uma semana de cada vez) .

Além de tudo isto encontraremos o nepotismo, pois o sumo sacerdote nomeia membros de sua família ou amigos para o auxiliar em suas funções. Estas vagas são chamadas de chefes dos sacerdotes: O comandante do Templo, que pode substitui o sumo sacerdote em ocasiões especiais, os chefes das vinte e quatro secções semanais, os sete vigilantes do Templo e os três tesoureiros.

Tudo isto nos constrange, como aqueles que deveriam ser os representantes de Deus puderam desviar-se tanto do caminho? Porém, não nos iludamos, pois caso Jesus entrasse, hoje, em alguns templos evangélicos, encontraria a mesma situação. O OBJETO DE COBIÇA A igreja evangélica, hoje, é notoriamente crescente. É quase que impossível alguém adentrar em qualquer ambiente e não encontrar ali um representante desta religião em ascensão. Não estou enumerando aqui pessoas por seus procedimentos cristãos, que não dá para perceber em uma única olhadela, mas apenas pelas “uniformização” que virou moda. Infelizmente, por vivemos uma grande crise, tanto financeira quanto familiar, homens e mulheres sofridos, esmagados por uma sociedade discriminatória, vivendo muito aquém do básico da dignidade, buscam realizar os seus sonhos de viverem um mundo melhor, onde possam ser acolhidos, ouvidos e finalmente amados. O MONOPÓLIO Alguns prometem realizar estes sonhos, pregam a fartura, a saúde, o fim dos confrontos matrimonias e familiares, a realização dos seus sonhos de consumo. Mais tem que se pagar o preço, nada é de graça. Tem quer participar de tal corrente, tomar tantos banhos, utilizar certos talismãs, ungir com certo óleo santo, tudo comprado no templo, pois este assegura sua autenticidade, foram ungidos e benzidos por um sacerdote de Deus. Mas há também o monopólio da Palavra, o profeta direto do Altíssimo, aquele que usa o púlpito para pregar que a verdade só pertence a ele, carregando ( e incentivando) atrás de si uma legião de discípulos. Fecha-se o círculo para se ter o controle. O PODER Os cultos deixaram de ser cristocêntricos para serem egocêntricos, quem faz e acontece não é Deus, e sim aquele por quem deveria ser apenas o seu representante. Para se chegar ao poder usa-se Jesus apenas como o caminho, mais a verdade é outra e a vida é apenas o seu conforto material. Passa-se por cima de tudo e de todos para manter-se no topo.

O que se estão vendendo no Templo hoje? Tudo, inclusive a falsa modéstia, são os lobos disfarçados em cordeirinhos. Pregam a si mesmo, vendendo a imagem de um verdadeiro cristão, ora mansos, ora pacificadores. Sua humanidade quando exposta serve apenas para ressaltar sua máxima culpa, mostrando o quanto são humildes confessando-se a outros. Encontramos, também, na busca pelo poder, os escribas atuais, que como grandes conhecedores das Escrituras, são tidos como ungidos e destas forma se utilizam da Palavra, para tirar proveito próprio, mantendo um certos status dentre os demais. Precisamos estar atentos, pois tudo que está escrito acima é uma verdade, e é muito fácil identificá-la, porém um dos objetivos deste estudo é de trazer, também, á tona as nossas verdades, o que estarmos fazendo com o templo (corpo) que Jesus nos confiou? Por diversas vezes esquecemos de tirar as nossas traves, e o paralelismo é o mesmo:

a) identificamos em que ministério queremos atuar, não onde Jesus quer nos mandar, por sentirmos que ali seremos mais fortes (objeto);

b) pregamos as nossas verdades, o que acreditamos ser bom para nós e para os outros, e esquecendo da verdade de Cristo (monopólio);

c) nos crucificamos não para seguir Seu exemplo, mais para ser um exemplo a ser seguido (poder).

Oremos:

Senhor,

Que o Templo maior e o Templo menor,

que é nosso corpo, seja conforme está escrito:

Uma casa de oração, para que seja feita

apenas a vontade do Pai.

Amém!

Joseane Pires

TALENTOS X MEDO – QUEM VENCERÁ A BATALHA?

No Evangelho de Jesus segundo Mateus, entre os capítulos 24 e 25, encontramos uma série de parábolas exortando sobre a vinda de Cristo, e de como estamos nos portando para não sermos pegos de surpresa. Porém, dentre esta série, há uma que me tem chamado atenção: é a parábola dos talentos. Em particular, o terceiro servo, aquele que é tido pelo senhor como servo inútil, pois seu talento não lhe foi retirado por mau uso, como acontecera a Saul. Ele permaneceu com o talento até a volta do senhor.
Observe que todos os três servos receberam talentos de acordo com suas capacidades. O primeiro recebeu cinco talentos, o segundo recebeu dois talentos e o terceiro recebeu apenas um talento.
Os dois primeiros saíram a negociar com os banqueiros os bens que lhes foram confiados, porém o último por ter recebido apenas um talento tivera medo, e o enterrou. Por que ele tivera medo?
Porque ele não conhecia ao seu senhor. Tinha-o como homem severo, incapaz de amar, compreender e perdoar as falhas de um servo, que caso viesse a errar, estava apenas disposto a tão somente lhe agradar. Ele não conhecia o poder e soberania advindos da onisciência e onipotência, que era revestido seu senhor. Portanto, deixou-se levar por sua visão limitada de incapacidade, bloqueando a capacitação dada por aquele que diz: “ Não te mandei eu? Ser tão somente forte e corajoso; não temas, nem te espantes, porque o Senhor, teu Deus, é contigo por onde quer que andares” (Js 1:9) Através do seu desconhecimento da personalidade e grandeza do seu senhor podemos muito bem imaginar o raciocínio deste servo: os depositários precisavam negociar com os banqueiros a fim de duplicarem os talentos, e sabendo que toda transação bancária passa por situações de riscos, todos poderiam tanto ganhar quanto perder. Os outros dois primeiro, caso viessem perder algum talento, teriam como ainda apresentar - na vinda do seu senhor- algum saldo, porém, no seu caso correria o risco de perde a única moeda que lhe foi confiada. Há um ditado popular que diz: “quem tem dois tem um, e que tem um não tem nenhum”, nosso amigo poderia ter este mesmo pensamento.
Portanto, o fato dele não ter negociado seus talentos, poderia muito bem ter sido, não pelo fato de ser negligente, mas pelo excesso de zelo, devido a falta de intimidade e comunhão com o seu senhor, gerando no seu intimo três tipos de medo - desenvolvidos em separados ou em conjunto: medo de si mesmo, medo do homem, e/ou medo da imagem.
MEDO DE SI MESMO
Lendo novamente o texto: “ mas o que recebera um, saindo, abriu uma cova e escondeu o dinheiro do seu senhor ... receoso, escondi na terra o teu talento; aqui tens o que é teu” (vv. 18;25). O servo inútil enterrou o talento, não porque negligencia, mas por medo de fazer mau uso dele, subestimando seu poder de negociação e discernimento para investir. Não confiou em seu senhor, que a cada um deu segundo a sua capacidade.
Assim, também, ocorre conosco, muitas vezes recebemos dons de Deus e ficamos tão inseguros, achando que somos incapazes, que preferimos não utilizá-los.
Por exemplo, se o dom é de profecia, temos receio de falar e ser mal interpretado, ou até mesmo de não estar certos deixando de receber a cobertura divina. Imagine se quando o filho de Davi - Adonias usurpou o trono que seria de Salomão, os sacerdotes, e em especial Natã, ficasse receoso em procurar Bate-Seba, para a mesma ir ter uma audiência com o rei, a fim de convencê-lo de que deveria apoiar Salomão, conforme anteriormente havia prometido, em obediência as ordens divinas. O profeta Natã poderia muito bem pensar: não vou me meter, Davi já apoiou Adonias, até sacrifícios foram ofertados divulgado seu reinado entre todos os filhos do rei e todos os homens de Judá ( 1Rs cap.1). A coragem de Natã, em utilizar seu talento, falando aquilo que Deus ordenara, fez com que o Rei Davi voltasse atrás e reconhecesse que o trono deveria ser de Salomão, e não do seu irmão Adonias.
MEDO DO HOMEM
Por que o servo inútil não depositou seus bens nas mãos daqueles que poderiam duplicar? Encontramos duas respostas:
1) Uma vez resolvido investir, o servo precisaria expor e entregar os talentos aos banqueiros. E se estes homens fossem maus qual fim daria aos seus talentos?
2) Por achar que era de pouca soma, estes banqueiros poderiam não ter aceito o valor a ser investido.
Então, por que não investir ou duplicar seu talento de uma outra forma?
Muitas vezes, estamos escondendo os nossos talentos porque os homens não estão, ainda prontos para aceitarem, ou por não concordarem em termos estes dons. Para expô-los precisaremos ir de encontro aquilo que nos é proposto ou normatizado, e por medo de enfrentá-los preferimos esconder, dando assim mais atenção e importância aos que os homens pensam e dizem, do que o que Deus no diz ou manda fazer.
Outras vezes, por não valorizarem nossos talentos, taxando-os de insignificantes, temos vergonha de utilizá-los por medo de sermos ridicularizados.
Por fim, decidimos enterrá-los, assim não iremos de encontro ao que está posto.
MEDO DA IMAGEM
Se o servo tivesse de ir de encontro ao que era proposto: investir com os banqueiros; e realiza-se seu investimento de outra forma, isto poderia dar certo, mas também poderia acabar por perde seu único talento. Qual seria a sua imagem perante os outros servos, e o que o senhor pensaria dele, quando da sua volta?
Esquecido de que o senhor distribui os talentos apenas aqueles a quem ele reconhece a capacidade, o servo preocupou-se mais em ficar no anonimato do que em se expor e arriscar.
Assim, muita vezes pensamos nós: uma vez contrariando o que os homens pensam ou dizem, qual será a imagem que as pessoas terão ao meu respeito?
Vivemos comodamente uma vida pacata, sem muita exposição, aceitando tudo o que se é dito, mesmo se isto for de encontro a Palavra de Deus, pelo simples fato de não querer se arriscar e ser colocado a escanteio.
O servo inútil não quis fazer diferente dos seus amigos, teve medo da sua reputação.
Muitos passam por estes mesmos problemas. Deus nos tem confiado alguns talentos (dons), e devido a nossa estrutura psicológica desenvolvemos a síndrome do medo.
Então a pergunta é: O que estamos fazendo com nossos talentos?
a) Estão sendo enterrados por nos achar incapazes, desacreditando da capacitação de Deus?
b) Estão sendo enterrados para não contrariar o que está posto pelos homens, desprezando as ordens de Deus para nossa vida? ou
c) Estão sendo enterrados por medo de arriscar, manchado a imagem de obediente e pacato perante os homens, mesmo que a imagem diante de Deus esteja manchada?
O servo inútil, só veio a saber que fora inútil, quando da volta do seu senhor. Será que precisaremos esperar a vinda de Jesus para percebemos também a nossa inutilidade diante do Reino?
Minha oração (Sl 62:11-12)
Uma vez falou Deus,
Duas vezes ouvi isto:
Que o poder pertence a Deus,
E a ti, Senhor, pertence a graça,
Pois a cada um retribuis
Segundo as suas obras.
Amém
Joseane Pires