QUASE CERTEZA ABSOLUTA

O título deste artigo não é crédito meu, ouvi, faz algum tempo, de um torcedor do Santa Cruz Futebol Clube (PE), prestes a embarcar no ônibus em uma caravana de mais de mil quilômetros para dar seu apoio e impulsionar à vitória, afirmar, para um repórter, sobre sua quase certeza absoluta para o placar favorável ao próximo jogo desse time.
Ao escrever este artigo não procurei saber qual foi o placar, confesso que por receio de saber, pois, vale ressaltar, para quem não conhece o futebol pernambucano, que esse time já amargou cair para a quinta divisão.
Como algumas pessoas do meu convívio mais próximo e, ás vezes, não tão próximos sabem sou torcedora do santinha (como carinhosamente o chamamos). Devo isto à herança deixada por meu pai, torcedor fiel ao tricolor.
É muito comum, vermos as crianças adotarem um time de futebol conforme as tendências dos seus pais, e raros são os que depois de adultos mudam a ‘casaca’.
Toda esta história me faz lembrar de duas passagens bíblicas. A primeira é em Tiago 1:6b quando afirma que “o que duvida é semelhante à onda do mar, impelida e agitada pelo vento”. Nesta passagem o autor bíblico faz menção à solicitação da sabedoria divina, afirmando que Deus a concede para todos que a Ele solicita, mas, precisa ter fé não duvidando.
Contudo, tendo em vista que, a epistola traz em seu conteúdo aspectos práticos para a conduta cristã procurando apresentar o modo pelo qual a fé opera na vida cotidiana, este texto pode exceder e ser aplicado em outros contextos, onde deixamos de receber as bênçãos divinas por: 1) duvidar de sermos merecedores de alguma bênção específica (embora sejamos imerecidos da Graça); 2) duvidar do poder onipotente do Criador; 3) duvidar por estar preso a conflitos psíquicos; 4) duvidar por estar acorrentado a maldições hereditárias.
Entenda-se, aqui, por maldições hereditárias, estar ligado a conceitos e padrões familiares onde o indivíduo não se sente capaz de se libertar e aceita repetir os padrões vividos por seus antepassados. Tome-se como exemplo, o gosto e a inclinação por um time de futebol, citado no início deste artigo. Embora que neste caso, necessariamente, não traga prejuízos pessoais, familiares, profissionais ou financeiros. Serviu apenas como uma simples ilustração.
Assim, explorando este quarto item, muitas vezes, internalizamos o ‘carma’ da família, consciente ou inconscientemente, e nos colocamos em uma posição refletora devolvendo ao universo o que Deus reservou para nós.
É preciso muita coragem e autoconhecimento para percebermos tais situações, e mudar este padrão. Ir de encontro a um histórico familiar e ter olhos abertos para, muitas vezes, se perceber protagonista da sua própria história, podendo modificá-la ou continuar sentado à janela para ver a banda passar.
Há um personagem bíblico que fugiu a estes padrões, e não só quebrou o padrão familiar como também o padrão social, olhando para si mesmo e percebendo naquele momento o que era mais importante para sua vida.
Esta é a segunda passagem bíblica que quero explorar: “Eis que veio um homem chamado Jairo, que era chefe da sinagoga, e, prostrando-se aos pés de Jesus, lhe suplicou que chegasse até a sua casa.” (Lc 8:41).
Jairo, tinha tudo, ou melhor, não tinha nada para fazê-lo abandonar sua posição e arriscar seu emprego, a fim de salvar a sua filha. Jesus, estava ainda no início do seu ministério, para muitos era apenas um profeta, como outros profetas já haviam aparecidos.
Vale salientar que, a revelação da divindade de Jesus não esta circunscrita a carne e sangue, mas a um consentimento de Deus-Pai, e como Deus é Deus Ele o concede a quem o aprouver.
Assim, não querendo absolutizar nem relativizar o poder divino, arriscamos a dizer que a cristandade de Jesus só foi experimentada por muitos homens após a sua morte e ressurreição.
Quando lemos a passagem bíblica citada entendemos a divindade de Jesus e seu poder porque somos pos-paixão, todavia, até aquele ponto da história ainda não havia se cumprido em sua totalidade a missão do Deus-Filho.
Jairo, apostou tudo. Não foi impelido como as ondas do mar. Não dava tempo. Não sentou à janela vendo a banda passar. Tomou partido. Arriscou. Até parece que ele conhecia a passagem em Hebreus “Fé é a certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que se não vêem.” (Hb 11:1). No vocabulário de Jairo, com relação à fé, não existia a palavra quase ou alguma palavra similar na língua judaica.
Uma reflexão : Se Jairo não conhecia o final da história e conseguiu quebrar padrões (maldições hereditárias), porque nós, detentores de toda a historicidade da fé cristã, somos ainda, em alguns aspectos de nossas vidas, tão incrédulos quanto ao poder divino e ao amor incondicional do Pai?
O ‘quase’ é uma dúvida e Deus não se manifesta a quem duvida. “Considerai, pois, atentamente, aquele que suportou tamanha oposição dos pecadores contra si mesmo, para que não vos fatigueis, desmaiando em vossa alma.” (Hb 12:3)
Minha oração
Senhor, através do teu profeta afirmaste:
Que o Teu Filho amado sofreu morte de cruz para que
Pudéssemos crer que todas as algemas da alma foram quebradas,
Que os quebrantados de coração foram curados e
todos os escravos pelo pecado libertos.
Assim, Pai, te peço não permitas vacilarmos,
Renova a nossa fé para cremos em Tuas promessas.
Em nome de Jesus. Amém.
Joseane Pires
Psicanalista e Teóloga

CONDENAÇÃO DOS NARDONI: MOTIVO DE ALEGRIA OU DE TRISTEZA?

Neste último final de semana muito me entristeci assistindo ao julgamento dos Nardoni, e confesso que meu coração sangrou quando finalmente foi decretada a sentença: CULPADOS!
Como torci, intimamente, para que fossem absolvidos. Pois, a declaração de inocentes, acalentaria dentro de mim - pelo menos neste caso - que a humanidade ainda não está tão perdida. Serem considerados inocentes equivaleria a dizer que um pai e uma madrasta não foram tão cruéis ao ponto de serem os autores daquele crime brutal.
Meu coração sangrou e continuou a sangrar, quando vi uma população radiante pela condenação. Sei que vivemos em um mundo de injustiças, que a impunidade é regra e não exceção, mas... Não via motivos para tantas alegrias, ao meu entendimento deveríamos está chorando - pelo motivo acima exposto.
Isto tudo só me faz refletir uma coisa: Estamos tão acostumados com a desgraça, com a imoralidade, com a falta de fé, com a desesperança, que nosso coração está caminhando em sentindo contrário. Não é mais torcer para que o mal não se mostre tão mal, é vibrar para que o mal seja punido, mesmo que com este mal ocasione um mal maior: Isabella perdeu a vida, e os dois filhos do casal perderam o convívio com os pais, além de levarem pelo resto da vida o estigma de serem os filhos dos assassinos da própria irmã.
Que Deus nos ilumine, Jesus Cristo nos direcione e o Espírito Santo nos guie.
Minha Oração:
Não permites Senhor,
que nossos corações se endureçam ao ponto de,
por falta de justiça, nos sentimos felizes pela desgraça alheia,
e não termos olhos para ir além da justiça própria.
“ Quando cair o teu inimigo, não te alegres,
e não se regozige o teu coração quando ele tropeçar.”
Pv 24:17

Joseane Pires

HÁ MOTIVOS PARA COMEMORAR?

08 de março, é comemorado o Dia Internacional da Mulher, mas será que temos razões para comemorar? Pois vemos mulheres atropelando-se em nome de uma liberdade que as torna cada vez mais escravas, ora no endeusamento do corpo perfeito, ora na disputa pelo poder, ora pelo rompimento dos padrões pré-estabelecidos por Deus.
Devemos ter a consciência que a conquista da mulher não está ao quebrar padrões exteriores, pois não a encontrará fora de si. Sua compleitude será alcançada interiormente, ao saber-se filha de Deus, amada e respeitada por Ele, só assim terá o seu equilíbrio restabelecido.
Quanto aos homens, ainda perdura (para alguns) a imagem da mulher objeto sexual, a elas tudo é permitido e lícito ou nas melhores das colocações são vistas e respeitadas com oportunidades iguais, entre os homens, contudo, a partir do momento que esta mulher passa a fazer parte de sua vida - como esposa - o tratamento muda e aí deixa de ser vista como igual para ser escrava às suas vontades e caprichos, deixa de haver o respeito a sua individualidade.
Ao trilharmos o Evangelho de Cristo, percebermos que estas barreiras foram derrubadas, os papeis são definidos, não para que haja jugo desigual, mas sim para complemento das aptidões de cada um.
Cabe a cada um de nós, procurar seguir as orientações de Deus quanto ao nossos papéis, tanto a nós mulheres quanto aos homens, pois o melhor Ele preparou para cada sexo.
Que Deus nos ilumine, Jesus nos direcione e o Espírito Santo nos guie.
Joseane Pires