BALANCETE ANUAL DA VIDA CRISTÃ

É muito comum nesta época do ano as empresas realizarem seus balancetes anuais, avaliando o ano que se passou, planejando realizações para o ano que está por iniciar, programando estratégias para alcançar novas metas.
Todo cristão, preocupado com o seu crescimento espiritual deverá, também, passar por um balancete anual.
É chegado o momento em que devemos fazer nossas reflexões. Então vejamos:
AVALIAÇÃO O que estamos levando de experiências para 2007?
Qual a história que acabamos de escrever?
Geralmente nos auto-avaliamos achando que deveríamos ter feito mais, ter amado mais, ou ter brigado menos, ter cobrado menos, etc.. Enfim é uma lista interminável de mais e menos.
Ou podemos refletir em:
Quantas vezes perdoamos ou pedimos forças, perante o Criador, para superar um sentimento de vingança?
Quantas vezes utilizamos a Palavra para levar conforto e alívio, sem emitir um pré-julgamento?
Quantas vezes deixamos o conforto do lar para auxiliar um necessitado?
Mas quer saber de uma verdade? Nada disso agora importa! Pois o principal não é o que realizamos e sim o que faremos a partir de agora, pois “Pelo que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo” (2 Cor. 5:17)
Se cairmos é tempo de levantar, se erramos é tempo de corrigir, se choramos é hora de acreditar que voltaremos a sorrir, pois em Cristo somos sempre mais do que vencedores.
Mas para que isto aconteça, muitas vezes, faz-se necessário que Deus use de correção, uma vez que fomos adotados como filhos, “ porque o Senhor corrige a quem ama e açoita a todo filho a quem recebe” (Hb 12:6), portanto, não fiquemos tristes se estamos sob a disciplina, pois “ com efeito, no momento não parece ser motivo de alegria, mas de tristeza; ao depois, entretanto, produz fruto pacífico aos que têm sido por ela exercitados, fruto de justiça. Por isso, restabelecei as mão descaídas e os joelhos trôpegos; e fazei caminhos retos para os pés, para que não se extravie o que é manco; antes, seja curado” (Hb 12:11-12).
Contudo se, o ano que se passou tudo fizemos, trabalhamos com ardor na obra do Senhor, fomos perseverantes, suportando provas em nome de Cristo, e agora estamos nos sentindo desestimulados, para não dizer enfraquecidos, em continuar com as mesmas lutas e batalhas por mais um ano, lembremos da promessa de Jesus: “Ao vencedor, dar-lhe-ei que se alimente da árvore da vida que se encontra no paraíso de Deus” (Ap.2:7b).
Imagine qual seria o sentimento de Maria se não tivesse acreditado na anunciação do anjo e, naquele estábulo, quando do nascimento do Cristo não mantivesse os olhos fixos no futuro?
Imagine, também, se Abraão, José, Moíses, Josué, os profetas, bem como todos os Apóstolos que viveram, por muitas vezes, a dor e o sofrimento de serem maltratados, abandonados e injuriados, olhassem apenas para o presente?
Pois os verdadeiros cristãos, que acreditam no Deus bíblico, conhece sua fidelidade “E sabemos que todas as coisas concorrem para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito” (Rm 8:28), portanto, mesmo que tenhamos vivido um ano atribulado precisamos manter os olhos fixos no porvir, sabedores que o Criador da Vida utiliza-se de meios - por nós - desconhecidos, a fim de não desviarmo-nos do caminho estreito da salvação. PLANEJAMENTO
Quando chega o final de cada ano é natural que as pessoas pensem no que fizeram ou deixaram de fazer, o que conseguiram ou perderam.
É salutar planejar nossa vida secular, porém em nossos objetivos pré-traçados atitudes cristãs estão presentes?
Poucos levam estes planejamentos para o lado espiritual, por exemplo:
Muitas vezes fazemos planos de trocar de carro, um que seja mais novo e possante para melhor atender as nossas necessidades, porém esquecemos de “engatar marcha” saindo da posição confortável de “apenas ovelhas” para sermos também obreiros.
Outras vezes prometemos que este ano será diferente, procuraremos fazer cursos, tentar entrar em uma faculdade, fazer uma pós-graduação a fim de alavancar nossa carreira profissional, mas será que planejamos utilizar nossos conhecimentos intelectuais para contribuir em algum ministério?
Atualizamos as nossas agendas telefônicas, escolhemos uma agenda diária que melhor corresponda aos nossos compromissos, mas... e a lista de orações? Pensamos também em atualizar esta relação ou a mesma continuará a conter nomes que nem mais nos lembramos o porquê de estarem ali, ou simplesmente continuaremos a orar, de forma mecânica, pelos problemas alheios sem mesmo procurar saber se foram ou não resolvidos?
Será que a história se repetirá referente às promessas de ler toda a bíblia em um ano? Durante os dois primeiros meses recorreremos aquelas programações já impressas de ler 3 capítulos por dia e, como outras tantas vezes, leremos apenas Gênesis, Êxodo barrando em Levítico – por achamos chato e cansativo; e tudo isto feito de forma automática, sem nada absolver, mais preocupados em cumprir com o programa do que em refletir sobre as mensagens.
Ou passaremos, novamente, todo ano marcando datas para iniciar uma nova dieta, por nos acharmos acima do peso ideal, sem perceber quantos magros estão ao nosso redor, não por opção mais por falta real de alimentos?
Enfim, para que possamos dizer que elaboramos um bom planejamento precisamos equilibrar tanto o aspecto material quanto o lado espiritual.
Pois a vida nos exige sermos como Marta, mas é imprescindível personificar atitudes como a de Maria.
ESTRATÉGIAS
Agora chegamos a parte final do nosso balancete, o momento de traçarmos as estratégias para realização dos nossos planejamentos ministeriais.
Portanto, precisamos:
• Ter sabedoria: “ Se, porém, algum de vos necessita de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente e nada lhes improperes; e ser-lhe-a concedida. Peça-a, porém, com fé, em nada duvidando; pois o que duvida é semelhante à onda do mar; impelida e agitada pelo vento” (Tg 1:5-6)
• Confiar, mesmo quando estejamos sendo, mais uma vez, atribulados: “ Lembrai-vos, porém, dos dias anteriores, em que, depois de iluminados, sustentastes grande luta e sofrimentos; ora expostos como em espetáculos, tanto de opróbrio quanto de tribulações, ora tornando-vos co-participantes com aqueles que desse modo foram tratados. Porque não somente vos compadecestes dos encarcerados, como também aceitastes com alegria o espólio dos vossos bens, tendo ciência de possuirdes vós mesmos patrimônio superior e durável. Não abandoneis, portanto, a vossa confiança; ela tem grande galardão. Com efeito, tendes necessidade de perseverança, para que, havendo feito a vontade de Deus, alcanceis a promessa. Porque, ainda dentro de pouco tempo, aquele que vem virá e não tardará; todavia, o meu justo viverá pela fé” (Hb 10:32-38)
• E por fim, não temer em procurar realizar as obras, pois nossa força não está centrada em nós, mais naquele que diz, a saber Jesus Cristo: “ Não fostes vós que me escolhestes a mim, pelo contrário, eu vos escolhi a vós outros e vos designei para que vades e deis frutos, e o vosso fruto permaneça; a fim de que tudo quanto pedirdes ao pai em meu nome, ele vo-lo conceda” ( Jo 15:16).
E se mesmo após tudo isto a dúvida e o receio ainda pairar sobre nossos corações lembremos do que o Senhor falou para Josué, no momento em que ele deveria dar início ao seu comissionamento: “Não to mandei eu? Sê forte e corajoso; não temas, nem te espantes, porque o Senhor, teu Deus, é contigo por onde quer que andares” (Js 1:9).
Amém! Joseane Pires